sexta-feira, 5 de março de 2010

Há interesse em prorrogar a crise com o Irã

O impasse na solução da crise que envolve o programa nuclear do Irã está tendo um outro efeito no Oriente Médio. Os países árabes do Golfo Pérsico, ou Golfo Arábico como eles preferem chamar, estão tratando de se armar. Afora a Síria, todos os países da região estão preocupados com a expansão do regime fundamentalista do Irã. Não é só Israel. Ainda mais que, nos últimos meses, o país dos aiatolás fez testes com mísseis de longo alcance, capazes de carregar ogivas nucleares e que podem chegar a 2000 quilômetros, ou seja, podem atingir qualquer país da região. Testou também um foguete espacial e iniciou o processo de enriquecimento de urânio.
Assim, segundo levantamento feito pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, "a preocupação com o Irã levou os países do Golfo Pérsico a buscar silenciosamente formas de garantia estratégica dos EUA e adquirir os mais modernos equipamentos militares". Dois exemplos citados pelo organismo que tem sede em Londres são os Emirados Árabes Unidos, que teriam investido cerca de 8,7 bilhões de dólares, e a Arábia Saudita, com o equivalente a 7,8 bilhões de dólares. E de onde esses países estão comprando armas? Dos EUA, logicamente! Assim, é de se constatar que para a indústria bélica americana é interessante continuar com esta situação de impasse com o Irã. Sem contar ainda que a indústria bélica vende também para as Forças Armadas do próprio EUA, que decidiu enviar para o golfo dois navios de guerra e instalar na região sistemas de mísseis e antimísseis. Como tal, chega-se a uma situação de equilíbrio entre os interesses da indústria bélica e do governo americano: mantém-se uma situação de guerra sem ter a guerra. Afinal, os EUA já estão afundados no Iraque e no Afeganistão e não podem abrir mais uma frente de batalha.
(...)
Como se percebe, este impasse não é algo fácil de ser resolvido. Isto, fosse o regime iraniano confiável. Mas como confiar em um governo que julga sumariamente e executa opositores do regime? Por outro lado, como acreditar que os Estados Unidos querem mesmo um acordo, diante desta questão da venda de armas? Quem acredita que o diálogo ainda é possível é o governo brasileiro.
(o texto acima é de Jurandir Soares e foi publicado no jjornal Correio do Povo. Volta no segundo parágrafo e dá uma olhada nas cifras que envolvem a indústria armamentista norte-americana. Elas explicam tudo.)

2 comentários:

  1. caraamba é impressionante como os caras sempre conseguem se dar bem...obvio que pra eles ta ótima essa situação...
    sor eu naum to muito por dentro dessa situação...mas pelo que entendi o lula ta querendo colocar panos quentes na situaçao,é isso???
    bjoo
    Andressa Duarte

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