domingo, 24 de julho de 2016

Pinheiro Machado



No post anterior colocamos que esclareceríamos em seguida o motivo de o corpo do Senador Pinheiro Machado ter sido representado em seu túmulo sem camisa, como uma analogia a Júlio César. Pois bem, vamos lá, mas antes vamos entender um pouco quem foi Pinheiro Machado!
Pinheiro aos 45 anos - Senador.jpgGaúcho de Cruz Alta, nascido em 1851, foi um ferrenho defensor do republicanismo. Alistou-se voluntariamente (e contra a vontade do pai), aos 15 anos, para lutar na Guerra do Paraguai. Depois disso, formou-se em Direito, anos mais tarde, em São Paulo. Fundou o jornal A República e compôs a formação do Clube Republicano Acadêmico, tudo isso ainda em pleno período imperial no Brasil, sob as barbas de D. Pedro II. Eleito senador em seguida da Proclamação da República, participou dos trabalhos da Assembleia Nacional que promulgou a primeira Constituição republicana (e segunda do Brasil). Foi sucessivamente eleito senador até sua morte, em 1915. Ao longo deste período, usou a tribuna do Senado para inflamados discursos e intensos debates, em especial com Rui Barbosa, ferrenho opositor. Controlou a Comissão de Verificação de Poderes, sendo responsável pela "degola" de vários candidatos. Adquiriu, pelo 'conjunto da obra', inúmeros adversários e desafetos, até o fim da vida.

Pois bem, chegamos ao ponto: a morte de Pinheiro Machado.

Conversando no saguão do Hotel dos Estrangeiros, no Rio de Janeiro, na tarde de 8 de setembro de 1915, Pinheiro Machado foi atingido por duas punhaladas nas costas, desferidas pelo também gaúcho  Francisco Manso de Paiva. O assassino ficou à espera da polícia, e até sua morte afirmou que agiu por conta própria, sem vinculação a partidos políticos.

Tá, e daí? Onde entra Julio César nisso tudo?

Calma, explico. O interessante nisso tudo é que Pinheiro Machado parece ter previsto sua morte. Meses antes, em entrevista ao jornalista João do Rio (pseudônimo de João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto), Pinheiro afirmava: "Morro na luta. Matam-me pelas costas, são uns 'pernas-finas'. Pena que não seja no Senado, como César..."

Bah...