
Estudo coordenado pelo arqueólogo-chefe do Egito, Zahi Hawass, conclui que o faraó Tutancâmon pode ter morrido de malária combinada com uma rara infecção óssea.
Na análise do DNA do faraó, que morreu aos 19 anos de idade, foram encontrados indícios do parasita da malária (o que, se confirmado, seria a prova mais antiga já identificada da doença). Além disso, o estudo sugere ainda que Tutancâmon poderia ter sofrido de uma inflamação rara nos ossos, chamada de Doença de Kohler. Mais: O faraó ainda teria um pé torto congênito e uma curvatura na espinha. Essas descobertas explicariam porque foram encontrados vários cajados e pedaços de madeira entre os pertences de Tutancâmon, que poderiam ter sido usados como bengalas pelo faraó.
Desde que Howard Carter encontrou a tumba intacta do faraó, em 1922, que sua morte prematura já foi motivo de várias especulações. Alguns já atribuíram-na a intrigas de corte e assassinato; outros sugerem atropelamento por charrete; e, finalmente, já se levantou também a hipótese de alguma moléstia genética, já que ele não deixou herdeiros.
A explicação oferecida pelo estudo, porém, sugere que Tutancâmon teria quebrado a perna pouco antes de morrer. Por conta da doença, o osso não teria sido curado de maneira adequada, o que teria provocado uma infecção.
Segundo a hipótese sugerida pela pesquisa, com o corpo já fragilizado e suscetível à infecções, a malária acabou sendo fatal para o faraó. “Uma fratura repentina na perna provavelmente causada por uma queda pode ter resultado em uma condição que pôs a vida dele em risco depois da infecção com a malária”, disse Hawass. “Sementes, frutas e folhas encontradas na tumba, e possivelmente usadas como tratamento médico, apoiam esse diagnóstico”, afirmou.
O professor de antropologia física da Universidade de Liverpool Bob Connolly, porém, lembra que, ainda que o parasita da malária tenha sido identificado, isso não é garantia da causa da morte, podendo o agente parasitário não encontrar-se ativo. Ele defende a tese do atropelamento por charrete, lembrando das costelas quebradas do faraó e da perfuração na cavidade de seu peito.