quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Legalidade


Muito tem se falado (felizmente!!!!) sobre a Legalidade nestes útlimos dias. A mídia gosta muito de números redondos; cada vez que algo completa 10, 50 ou 100 anos por exemplo, vira o assunto do dia. Bom por todos os materiais que gera, pena que nos outros anos a mesma data passa apagada na mídia, sendo lembrada apenas pelos professores de História...
Mas vamos lá: querendo ou não a renúncia de Jânio Quadros e a consequente campanha da Legalidade estão completando 50 anos, com uma intensa programação, composta por muitas mesas redondas, palestras e debates por aí (que acaba-se perdendo por que a maioria é em horário de trabalho), além da exposição no Gasômetro. Há também a série que passou na TVCom, que vários alunos lembraram e acompanharam, há as muitas colunas do Juremir Machado da Silva no Correio do Povo e há ESTE MATERIAL AQUI, feliz indicação da @Dessaveznao. E há também este blog, que vale conferir.

É para ver com calma e com tempo, o evento e a data merecem.
Em poucas palavras, para quem está vendo tudo na mídia e não está entendendo muito bem, vamos lá: Em 25 de agosto de 1961 o presidente Jânio Quadros apresenta uma carta-renúncia à presidência, após sete conturbados meses de governo. Muito se especula a respeito de tal atitude, já é sabido (admitido por ele anos depois) que ele esperava voltar nos braços do povo e do Congresso, uma vez que a antipatia das elites nacionais e estrangeiras e da maioria do Congresso e dos meios de comunicação em relação ao vice-presidente, João Goulart, era nítida. Aliás, no momento da renúncia do presidente, Jango encontrava-se em viagem à China socialista, o que para muitos confirmava o temor em relação a ele, vinculando-o perigosamente à indeologias de esquerda, o que, em tempos de guerra fria, poderia ser fatal a qualquer pretensão política em um país latinoamericano (isso tudo sete anos após o suicídio de Vargas e somente dois após a Revolução Cubana). O fato é que, com todo este contexto a caserna começa a se organizar: começa a se ensaiar o golpe militar que se desenhava em 1954 e foi malogrado pelo suicídio de Vargas. Impedido novamente pela Rede da Legalidade, viria acontecer três anos depois, em 1964, em cima do mesmo João Goulart. A ação enérgica e decidida do governador gaúcho Leonel Brizola, comandando transmissões radiofônicas através da Rádio Guaíba, com fuzil INA em punho, foi fundamental para garantir a posse do cunhado João Goulart e adiar os planos infames de golpe militar. Jango conseguiu assumir, mas com poderes limitados por um improvisado regime parlamentarista, meio termo arranjado para a posse.


Tempos de intensa atividade e busca de justiça, em contraste com esta inércia e passividade que enervam nos dias de hoje... Esta data tem mais motivo para ser feriado em nosso estado do que o 20 de setembro...
Enfim, o resto vai explorando no site e no blog indicados, nos jornais, nas aulas e por aqui mesmo. Bom proveito!

Nenhum comentário:

Postar um comentário