terça-feira, 14 de junho de 2011

La mano de Dios?

Identidade é coisa séria. Autoestima também. E ninguém pode acusar os hermanos argentinos de terem baixa autoestima. Por uma série de razões, mas o post de hoje trata do final da Guerra das Malvinas, há exatos 29 anos.

As Ilhas Malvinas compõem-se de duas ilhas maiores e outras menores, localizadas no extremo sul da América do Sul, bem próximo da Argentina. Já no final do século XVII foram motivo de disputa entre Reino Unido, França e Espanha, mas o primeiro ocupa-as desde 1833. Porém, como pelo Tratado de Tordesilhas, tais ilhas localizavam-se na parte espanhola, a Argentina reclama-se herdeira delas.

Pois eis que em 1982 os hermanos resolvem entrar em guerra contra a Inglaterra pela posse das ilhas. Um verdadeiro ato de bravura. Ou perda de noção, segundo algumas opiniões. Em 2 de abril de 1982 começa a guerrra, que acabará sendo resolvida em pouco mais de dois meses: em 14 de junho ocorre a rendição argentina, após vários combates localizados e até a visita do Papa João Paulo II a Buenos Aires para clamar pela paz.

O resultado do conflito:
  • 649 mortos argentinos X 258 britânicos
  • mais de 1000 feridos e de 11.000 prisioneiros argentinos X 777 feridos e 115 prisioneiros britânicos
  • grande lista de perdas materiais
  • claro, com a vitória britânica, as ilhas (que eles chamam de Falklands) continuam sob seu domínio
E o principal - e que justifica o título do post: a imagem do governo argentino, que fica ainda pior.
Clareando: a Argentina passava por uma ditadura militar, presidida, no momento do conflito, pelo General Galtieri. Como é comum nas ditaduras militares latino-americanas de então, procurava-se exacerbar o sentimento nacionalista no povo, dando mais credibilidade/ aceitação/ legitimidade à ditadura. Esperava-se que uma vitória proporcionaria tudo isso, amenizando as crescentes tensões sociais. Como não veio a tão esperada (pelo menos pelos militares) vitória, acirrou-se ainda mais a crise política no país (a situação econômica já era frágil). Eis que a grande cartada, então, transformou-se em uma grande gol contra. Talvez já tenha sido la mano de Dios!!!!

5 comentários:

  1. Sor adorei o post...olha só quais foram os verdadeiros motivos pra guerra e pra todo esse interesse nas Ilhas ?

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  2. A questão é bem simples: buscava-se apoio político e sustentação para um regime que cada vez mais tornava-se antipático para a população. Primeiro porque toda ditadura precisa de uma base de sustentação. Segundo porque a economia do país (Argentina) encontrava-se em séria crise, sucedendo-se os generais no poder por curto período de tempo, sem nenhum conseguir resolver ou mesmo amenizar a situação econômica argentina. Há que se lembrar do forte espírito patriótico reinante no país vizinho, que os militares procuravam exacerbar ainda mais. E achavam que uma vitória sobre a Inglaterra (esperavam contar com o apoio norte-americano) traria todo o povo para junto do governo, legitimando o regime. No mais, é isso. Nenhuma razão econômica importante nas ilhas naquele momento. Foi uma guerra essencialmente política, e com fins políticos e ideológicos.
    Depois dela, é verdade, e por ação britânica, as ilhas se desenvolveram bastante.

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  3. hum, sim entendi isso...mas não tem alguma coisa a ver com petróleo?sei la tenho a impressão de ja ter ouvido algo sobre...
    bjbj

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  4. Sim, há pouco tempo atrás (não lembro bem o ano, e estou sem tempo de ir atrás agora) foi constatada a existência de petróleo por lá. Foi talvez há 4 ou 5 anos atrás, a recém. Ou seja, naquela época (1982) é bem provável que não se soubesse da existência de tal riqueza. Dificilmente levariam mais de 20 anos para noticiar ou elaborar planos para começar a explorar!
    bjs

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  5. humm...talvez se soubessem a luta seria mais sangrenta.
    ah não precisa, só me dando as dicas eu me viro pra saber um pouco mais...aoisjas
    valeu sor!
    beijos

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