segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Consciência Negra? - II


Mais um dia que deveria ser símbolo na luta contra o racismo e por uma consciência negra.

Há exatos 100 anos atrás estourava no Rio de Janeiro a Revolta da Chibata. Entre as causas estão as péssimas condições de alimentação dispensada aos marujos e, óbvio, o costume da punição dos mareinheiros (por faltas cometidas) com chibatadas. Dado o contingente negro que ingressara nas Forças Armadas - meio de sobrevivência e de trabalho em uma sociedade racista, que abolira a escravidão apenas 22 anos antes - dá para se imaginar o porquê desta forma de punição.

O estopim do movimento ocorreu com a punição desencadeada no marinheiro Marcelino Rodrigues, de 250 chibatadas, dentro do encouraçado Minas Gerais, que se dirigia ao Rio de Janeiro. Já no Rio, os revoltosos conseguem o apoio da tripulação do encouraçado São Paulo, e apontam os canhões da embarcação para a cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil. O 'Almirante Negro', o gaúcho João Cândido, líder do movimento, redije uma carta reivindicando o fim dos castigos físicos, melhorias na alimentação e anistia aos rebeldes. Caso tais exigências não fossem cumpridas, a cidade maravilhosa seria bombardeada.

Como o presidente Hermes da Fonseca (também gaúcho) não quis 'pagar para ver', as reivindicações foram inicialmente atendidas.

Porém, após os rebeldes entregarem as armas e as embarcações, vários foram expulsos, alguns presos e outros mandados para a Amazônia, trabalhar compulsoriamente na extração de borracha. O líder João Cândido foi internado como louco em uma 'casa para alienados mentais'. Em 1912, porém, foi absolvido das acusações, junto com outros marinheiros revoltosos.

Enfim, data igualmente importante na luta contra o preconceito racial, já que, como foi dito no post anterior, TODO PRECONCEITO É BURRO!

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